Review da Fitbit Charge 4: bonita e cara

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© nextpit

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Com a Charge 4, a Fitbit oferece um módulo GPS integrado, opção de pagamentos móveis e longa duração da bateria. Recursos que não são encontrados em todas as pulseiras fitness e não estavam disponíveis no modelo anterior. Nesta avaliação completa, conto se a Charge 4 é o monitor de atividades definitivo e o porquê do título no topo da página.

Fitbit Charge 4

Prós

  • Longa duração da bateria (quase 7 dias)
  • Discreta e leve
  • Sensor de ritmo cardíaco preciso
  • GPS e Fitbit Pay incluídos

Contras

  • Recursos completos apenas com assinatura paga
  • GPS não muito preciso
  • Controle musical exclusivamente para o Spotify
  • Fitbit Pay não disponível no Brasil
Fitbit Charge 4
Fitbit Charge 4
Fitbit Charge 4: Todas as ofertas

Para quem é a Fitbit Charge 4?

Graças ao seu módulo GPS integrado, a Fitbit Charge 4 é teoricamente adequada para o acompanhamento automático de corridas e passeios de bicicleta. Assim, você não precisa carregar o smartphone no bolso, o que é uma característica que promete agradar muitos atletas, casuais ou avançados. Além disso, a Fitbit Charge 4 conta com resistência à água, para que você possa usá-lo enquanto nada. No entanto, antes de sair correndo para comprá-la, não deixe de ler abaixo algumas críticas sobre a precisão dos sensores e outros pontos negativos.

No que a Fitbit Charge 4 manda bem

Duração da bateria

Quando coloco um monitor de atividades no meu pulso para uma avaliação, tenho um objetivo específico. Quero registrar a minha vida diária e os meus exercícios regulares da forma mais suave e transparente possível. A meu ver, é problemático ter que ligar um aparelho do tipo na tomada todos os dias ou mesmo a cada dois dias.

Com os smartwatches, a recarga frequente se justifica pelo número de recursos, mas nas pulseiras fitness, os fabricantes precisam equilibrar o registro dos sinais vitais com o consumo de energia. Este é um ponto muito importante, lembrando que os modelos Mi Band da Xiaomi se gabam de semanas de autonomia — confira a nossa avaliação dMi Band 4.

Neste ponto, a Fitbit Charge 4 cumpriu bem o seu papel. Durante a uma semana e meia em que usei a smartband, deixei o recurso de rastreamento de 24 horas ativo, usei a pulseira à noite para monitoramento do sono, e corri ou pedalei uma vez a cada dois dias com o rastreamento por GPS ativado. Uma carga completa da bateria durou exatamente cinco dias antes de precisar ligá-la à tomada.

O processo de recarga não guarda grandes surpresas com a Fitbit Charge 4. Você prende o monitor de atividade em uma base que tem um cabo USB-A integrado. Nesta posição, ela descansa sobre dois contatos e ainda pode ser usada enquanto carrega, cortesia do recorte para o botão capacitivo que está localizado no lado esquerdo da pulseira. Mesmo assim, a não ser que você implante dois contatos de recarga sob o pulso, o registro de informações vitais é suspenso por cerca de 1h30min durante a recarga.

Rastreamento sem smartphone ou dispositivo adicional

Um outro requisito que tenho para uma pulseira fitness é o seguinte: ela deve ser o menos perceptível possível enquanto faço minha atividade. Sem uma smartband, geralmente corro com o smartphone no bolso, usando-o para medir a distância e ouvir meus podcasts favoritos. Se puder substituir um pesado celular por uma pulseira, já encaro isso como um ponto positivo.

A Fitbit Charge 4 tem um módulo GPS integrado e é isso que a diferencia dos modelos mais acessíveis do mercado. Desta forma, você pode rastrear sua rota de corrida mesmo sem um smartphone e registrar a altitude, velocidade e distância percorrida. Graças à medição do ritmo cardíaco integrada, ela tem um conjunto de dados que os fabricantes tentaram integrar nos smartphones no passado, com resultados sofríveis.

A Fitbit também é inteligente quando se trata de avaliar os dados do seu ritmo cardíaco. Nas configurações da Fitbit Charge 4, você pode definir notificações sempre que atingir faixas de frequência cardíaca predefinidas. Os atletas podem verificar se eles estão em um nível adequado para a queima de gordura durante a corrida, por exemplo. Faltou apenas um feedback de vibração diferente, especialmente durante as corridas, já que ficar olhando para a pulseira durante a atividade pode ser irritante.

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A medição da frequência cardíaca da Fitbit Charge 4 foi idêntica à de um monitor de pressão arterial portátil / © NextPit

A precisão da medição dos batimentos cardíaco é muito boa. Com um monitor de pressão arterial dedicado, consegui obter valores semelhantes ao medir simultaneamente a minha frequência cardíaca. Claro que a medição foi feita enquanto eu estava descansando, eu não queria levar o trambolho branco da foto acima comigo em uma bicicleta. Fora isso, eu realmente não sei se o meu fiel dispositivo da "Gesundleben" (o nome pode até impressionar, mas alguém conhece?) fornece dados 100% precisos do ponto de vista médico.

Além disso, a medição dos batimentos cardíacos em repouso com pulsação de luz não é um problema para a maioria das pulseiras. Mas ela é um pouco mais difícil quando se move e dobra a mão, por exemplo, ao lançar uma bola de basquete ou ao fazer flexões. Neste ponto, um usuário da Fitbit encontra um ponto fraco da fabricante. Ao contrário de aparelhos Garmin ou mesmo Huawei, não é possível ligar cintas torácicas para medição dos batimentos ou outros acessórios ao app ou ao próprio aparelho.

Além dos sensores de geolocalização e frequência cardíaca, a Fitbit Charge 4 também inclui giroscópios para gravação de aceleração. A Fitbit utiliza estes giroscópios para registrar passos e movimentos, entre outras coisas, com precisão suficiente. Dez passos na vida real resultaram em nove passos no dispositivo. Vale a pena mencionar que os dados de movimento e frequência cardíaca são armazenados no próprio dispositivo durante sete dias.

A amostragem é de cinco segundos, mas chega a um segundo durante treinamentos. E há memória suficiente para armazenar até 30 dias de informação no próprio aparelho. A Fitbit também combina todos estes sensores para monitorá-lo enquanto dorme. Mas há uma falha óbvia aqui, que você vai ler em detalhes um pouco mais para frente.

Outro fato curioso é que a Fitbit supostamente integra um oxímetro de pulso na Charge 4, mas ele não é realmente utilizável. No papel, o recurso pode medir a oxigenação do sangue e, de acordo com o comunicado de imprensa da Fitbit, a Charge 4 inclui a tecnologia. Mas nem na própria smartband, nem após a instalação de aplicativos adicionais, conseguimos acessar os dados coletados pelo sensor. A Fitbit ainda não se pronunciou sobre como usa o sensor SpO2, assim que tivermos uma resposta iremos adicioná-la nesta avaliação.

Design e uso

O design da Fitbit Charge 4 é formado principalmente por uma tela OLED monocromática, que é fácil de ler mesmo ao ar livre e em ambientes com muita luz. Ao mesmo tempo, do lado esquerdo você encontra um único botão para ativar a tela. Embora ele não possa ser pressionado, não se trata de um botão capacitivo. Mesmo com luvas, você pode tocar no lado esquerdo da Charge 4 e a tela se acende. Outra opção é mover seu pulso na direção do rosto, o que também ativa a tela sensível ao toque.

NextPit Fitbit Charge 4 logo strap
A pulseira da Charge 4 não tenta reinventar a roda - ponto positivo / © NextPit

Na minha humilde opinião, o design da Fitbit Charge 4 foi executado corretamente. Com dimensões de 35,8 x 23,7 x 12,5 mm, o formato é suficientemente compacto para não atrapalhar as atividades esportivas e especialmente o sono. A pulseira incluída, que apresenta um belo padrão tridimensional, é feita com plástico de alta qualidade.

O fecho é parecido com o de um relógio de pulso clássico. Na minha opinião, esta é sempre uma vantagem em relação às soluções de clipe ou outros mecanismos. Se você não gosta da pulseira incluída, você pode facilmente trocá-la pressionando dois botões.

Recursos

Há mais uma coisa que preciso mencionar sobre os aspectos positivos da Fitbit Charge 4: Juntamente com o app Fitbit, a fabricante oferece uma ajuda bem ampla para manter um estilo de vida mais saudável. O aplicativo também é muito conveniente para controlar a queima de calorias e o consumo de água.

Além disso, a Fitbit integra um modo de relaxamento na Charge 4, com o qual você pode descansar com exercícios respiratórios. É uma pena que a pulseira fitness não alerte para níveis de stress como o Apple Watch, mas os exercícios de concentração no aplicativo — seguindo a moda mindfulness — compensam a falha. As sessões de meditação oferecem um equilíbrio saudável para a prática de esportes e também ajudam a lidar com a raiva provocada por alguns recursos da Charge 4...

É aqui que a Fitbit Charge 4 falha

Recursos premium

Tenho me questionado sobre se deveria classificar o Fitbit Premium como bom ou ruim. Por um lado, é ótimo que a Fitbit integre praticamente uma academia online ao seu aplicativo, enquanto, por outro lado, você não deveria ter que desembolsar uma grana por uma assinatura depois de pagar caro em uma pulseira fitness.

Embora ache o Fitbit Premium muito útil, listei a opção como negativa. Isso se deve principalmente ao fato de que o plano Premium não é apenas um complemento. Já que sem o pagamento do valor mensal, os dados obtidos com a análise do sono são limitados, sem mencionar os exercícios de concentração que citei anteriormente, só disponíveis com a assinatura.

Se não tivesse recebido a Charge 4 da fabricante como uma unidade de teste e tivesse que pagar por ela, isso teria me incomodado muito. A empresa não deveria bloquear os recursos de um dispositivo caro como esse e pedir para que você pague para liberá-los.

Alerta de bateria insuficiente

Outro detalhe surgiu quando fui correr com a Fitbit Charge 4 pela terceira vez. Ao passar pela porta de casa, reparei em um pequeno ícone de bateria na tela que não tinha visto antes. Um bom teste para ver quanta carga sobrou na bateria, certo?

A resposta foi: não muito, porque a pulseira fitness apagou praticamente na metade da minha corrida de 5 km. Embora tenha ficado surpreso que pelo menos os dados recolhidos até aquele momento foram armazenados, a outra metade obviamente não foi registrada. Um aviso um pouco mais antecipado sobre o fim da carga teria ajudado, mas esse tipo de situação pode ser evitado com recargas frequentes.

Rastreamento por GPS nem sempre é preciso

Os travamentos do GPS, especialmente ao pedalar, foram inevitáveis durante a avaliação. Um registro rápido durante um teste a caminho do escritório foi interrompido no meio do trajeto. Se não tivesse pedalado com o intuito de avaliar o aparelho, por exemplo, em um passeio por uma trilha para gravação da rota, teria ficado muito decepcionado.

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O GPS travou durante a pedalada e o quinto quilómetro na corrida "demorou" cinco horas / © NextPit

A instabilidade do GPS também estragou outras estatísticas da minha rota. Segundo o app, e m 37 minutos eu percorri três quilômetros e me desloquei a uma média pouco abaixo de 5 km/h. Isso não faz o menor sentido e aconteceu mais de uma vez durante o teste. Um passeio muito maior com a bike foi registrado com apenas 1,97 km e com quase três horas. A não ser que eu tenha cometido algum erro durante a avaliação, o sensor deixou a desejar.

Fitbit Pay para poucos

Quanto ao Fitbit Pay, só pude olhar para o seu atalho no aplicativo. Além de não estar disponível no Brasil, na Alemanha, o serviço só aceita cartões de crédito (raridade perto dos cartões de débito por aqui), enquanto opções de pagamento como PayPal não estão disponíveis. Além disso, apesar de muitos usuários terem um cartão de crédito, nem todos se sentem confortáveis em inserir dados tão sensíveis em um serviço tão automático.

Não parece premium o bastante

Como consegui a pulseira emprestada com o objetivo de testá-la, não tinha uma ideia muito clara do preço praticado na linha Fitbit Charge. Após tirá-la da caixa e usá-la pela primeira vez, simplesmente não pude acreditar que a Charge 4 custava mais de R$ 1.000. Nesta mesma faixa de preço é possível encontrar smartwatches no mercado com mais recursos.

NextPit Fitbit Charge 4 logo
A Fitbit Charge 4 é quase imperceptível, especialmente ao dormir / © NextPit

E mesmo com o valor pedido, a Fitbit Charge 4 simplesmente não convence como uma pulseira fitness premium, especialmente porque você precisa pagar uma assinatura mensal por toda a gama de recursos que ela oferece.

Controle musical apenas para o Spotify

Na parte de controle remoto de música, há um sacrifício totalmente desnecessário e difícil de entender. Trocar de faixas durante o exercício com um toque na pulseira, ao invés de pegar o smartphone, é uma vantagem e tanto, a não ser que o recurso só esteja disponível com o Spotify.

Oferecer o monopólio de um recurso tão básico no aparelho a um único serviço não parece pensado para agradar os consumidores. O Spotify pode até ser o serviço mais popular de streaming de música, mas a smartband poderia pelo menos ser compatível com o app nativo de músicas do celular.

Isto porque mesmo com o Spotify Connect, a Fitbit Charge 4 controla apenas a música que o seu smartphone envia para os fones ou outros dispositivos de áudio. A pulseira não funciona de maneira independente, nem permite armazenar músicas nelas. Neste ponto, o smartwatch Versa deixa a Charge 4 comendo poeira, oferecendo não apenas armazenamento interno para músicas, como suporte a fones Bluetooth.

Veredito Final

A Fitbit é uma das empresas que popularizaram as pulseiras fitness e é um nome forte entre os acessórios de estilo de vida. Esta fama pode ser vista em muitos aspectos da Fitbit Charge 4. O GPS integrado é muito bem-vindo, enquanto o monitor de frequência cardíaca é surpreendentemente preciso e, graças ao ótimo app da marca, qualquer pessoa pode adotar um estilo de vida mais saudável. A boa duração da bateria fecha com chave de ouro as impressões iniciais sobre o aparelho.

No entanto, a Charge 4 foi a primeira a registrar a pulsação acelerando quando descobri que precisava pagar pelo pacote completo de recursos em um dispositivo de mais de R$ 1.000. Além disso, o desnecessariamente limitado controle remoto de música e os problemas de GPS não combinam com um aparelho nesta faixa de preço. Enquanto a terceira geração foi chamada de "o melhor rastreador de fitness" pelo meu colega Pierre, sou muito mais crítico em relação à sua sucessora. A Fitbit não só podia ter se esforçado mais, como também pensando com um pouco mais de carinho em seus clientes.

Alternativas à Fitbit Charge 4

Se você gosta da marca e não quer necessariamente comprar uma smartband, confira o Fitbit Versa 2 e talvez o Versa 3. Os smartwatches da Fitbit podem ser encontrados em uma faixa de preço muito próxima à da Charge 4. Agora, se você sempre carrega o smartphone durante as atividades e procura um monitor de atividades, a Xiaomi Mi Band 5 é uma ótima escolha e custa muito menos. A autonomia da bateria é significativamente superior à da Fitbit Charge 4, e você só terá que abrir mão do GPS.

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