Review do Huawei P30 Pro: modelo top chega ao Brasil por R$ 5.499

Huawei P30 Pro – Data de lançamento e preço

O evento de lançamento da Huawei marca a chegada do P30 Lite e do P30 Pro ao Brasil. Ambos os modelos foram apresentados e chegam em 17 de maio ao varejo custando R$ 2.500 e R$ 5.499 respectivamente. O P30 Pro tem dois anos de garantia, atendimento telefônico para assistência técnica 24 horas por dia, reparo em uma hora e troca de película grátis por um ano.

Além do review do P30 Pro, você também pode ver o hands-on completo do P30 Lite no artigo abaixo:

• Hands-on do Huawei P30 Lite
• Review do Huawei P30
• Eis as diferenças entre o P30 Pro e o P30 Lite

O design tem coisa nova para o Brasil

Em termos de design, posso dizer que a abordagem da Huawei está mudando muito com o passar dos anos. A marca chinesa traz inúmeras mudanças e intervenções visuais com essa nova série, começando pela variedade de cores. Essa variação é também uma grande novidade para o Brasil, que está começando a ver novidades apenas agora, em alguns aparelhos da Motorola e Samsung.

No P30 Pro a fabricante chinesa está expandindo esta variedade de cores. Em vez de uma, agora são três versões estonteantes. A paleta começa no "pretinho básico" e passa por cores como Permute White, Breathing Crystal, Amber Sunlight e Aurora. A disponibilidade das cores varia de região para região. Aqui no Brasil, aparentemente, apenas as cores abaixo, preto e Aurora, estarão disponíveis.

Colocando as cores de lado, o Huawei P30 Pro é um smartphone bem grande. O motivo é que a Huawei deu ao seu novo aparelho uma tela grande com bordas curvas. E para dar ao P30 Pro um visual mais esbelto, as bordas da traseira também são curvas. É difícil manusear o aparelho com apenas uma mão, mas ele é bem mais leve do que você pode imaginar, com 192 gramas.

Pelas suas laterais curvas e quase sem bordas, a frente do P30 Pro lembra um Samsung, em especial a linha Note. Acima da tela há um discreto notch em meia lua, bem pequeno, e o queixo inferior, mesmo sendo alguma coisa maior que a parte superior, é pequeno.

Se você reparar, não há saída de som na parte superior, para ligações. Falo disso já já, mas essa ausência deixa a frente mais sólida e bonita. A traseira é como a frente, só que sem tela. Curvada, traz várias inscrições e uma área bem protuberante para abrigar as três câmeras.

Ao lado, flash, sensores e mais uma câmera, menor que as outras. As laterais são bem curvas e só trazem os botões de energia e volume do lado direito. Acima e abaixo o visual é reto, bem diferente, e traz o infra-vermelho, protetores de antena e um microfone na parte superior. Ele traz certificação IP68 e é resistente à água e poeira em certa condições.

Abaixo, berço para o cartão e um chip SIM, além de microfone, protetores de antena, USB-C e saída de som. A moldura é em metal, com traseira de vidro. Ele é uma bela peça de design e tem boa pegada embora, como falei, não seja fácil manipulá-lo com apenas uma das mãos .

Uma tela linda e boa o suficiente

Enxugando o máximo que deu nas bordas, ainda assim o P30 Pro é enorme. E isso, claro, se deve a sua tela de 6,47 polegadas que traz resolução Full HD+ (1080 x 2340 pixels). Esse não é um padrão esperado de um topo de linha, que geralmente oferece também um QuadHD (e a possibilidade de redução, quando preciso, como a Samsung).

Ainda assim, não é uma tela que tenha qualquer problema. Com tecnologia OLED, ela é brilhante e intensa, enchendo os olhos. Não é possível ver qualquer pixel no display, que tem 398 ppi e quase 89% de aproveitamento frontal. Porém, não há qualquer informação sobre a proteção do vidro, nem por parte da Gorila Glass.

• Review do Huawei P20

O P30 Pro e sua tela têm aspecto 19.5:9 e contam com suporte a HDR10 e também ao o espaço de cor DCI-P3, que cobre 45,5% de todas as cromaticidades e 86,9% da gama Pointer. E ela, realmente, é bem equilibrada dentro de uma OLED, com bons contrastes e fica muito bem abaixo do sol, por ser muito brilhante (tanto que, no escuro, ainda fica muito brilhante).

Com uma cara de Huawei Mate 20 Pro, esse aparelho traz o diferencial de um notch menor. A Huawei sacrificou o sensor 3D usado para o desbloqueio facial (que nem é seguro, mesmo) e deixou apenas a câmera frontal, com pequenos sensores escondidos na faixa preta superior. 

Não é a melhor tela do mercado, mas o consumidor mal vai perceber isso . Quando você for assistir algo em 4K ou jogar algo que exija dos gráficos em qualidade alta, você até pode perceber alguma diferença em relação a outros topos de linha, mas ela ainda é fantástica, e só os mais críticos perceberão qualquer problema.

• Huawei P30 Pro vs. Samsung Galaxy S10+
• Huawei P30 Pro vs iPhone da Apple XS

Não menos importante, temos aqui o sensor biométrico abaixo da tela. Não é um sensor ultrassônico como o do Samsung Galaxy S10+, mas funciona tão bem quanto. Dizer isso significa que ainda não são sensores tão bons quanto os externos, e que se não pressionados com mais força e no local preciso, pedirão por uma nova tentativa.

EMUI em todo o seu poder, atualizada

Não há muitas surpresas quando o assunto é software, visto que a interface EMUI do novo aparelho pouco mudou em comparação com o P20 . Aqui temos a versão 9.1, que é baseada no Android Pie, profundamente customizado. Apesar das alterações, o software da Huawei roda liso e traz funções bem úteis.

A atualização de segurança no momento do teste era a de março de 2019. A Huawei tem uma fama boa de entregar atualizações em um pequeno a médio espaço de tempo.

• Review do Huawei Mate 20 Pro

Foi a minha primeira experiência prática com a EMUI, apesar de já conhecê-la de pesquisas anteriores. É possível dizer que ela lembra em muitos casos a Experience da Samsung, e tem funções tão interessantes que me fizeram repensar um pouco o ambiente árido do meu Pixel 3.

Abaixo você encontra um artigo com muitas dicas sobre a EMUI e conhece mais sobre o que ela oferece, mas eu achei interessante a quantidade de atalhos na tela de bloqueio, a possibilidade de duplicar apps e até da navegação por gestos, que lembra a do Android Q/iPhone. Com alguns toques na tela com os nós dos dedos, é possível fazer algumas coisas, mas isso não funcionou direito comigo.

• Uma olhada na EMUI, a interface da Huawei que chega ao Brasil com o P30 Pro e P30 Lite

Ainda assim, é uma típica interface asiática, então vem com praticamente 20 aplicativos da empresa, alguns totalmente questionáveis, mas que podem ser desinstalados (em sua maioria). E, no geral, pode lembrar o iOS de longe.

Poder de sobra

Não é apenas o software proprietário da Huawei que está presente no dispositivo, mas também o processador Kirin 980, com placa gráfica Mali G76 MP10. Essa é outra novidade no Brasil, uma vez que só tínhamos por aqui Qualcomm, MediaTek e Exynos. Será interessante ver como os Kirin irão performar com nosso estilo de uso.

• Estes são os processadores mais rápidos da atualidade

O P30 Pro tem 8 GB de memória RAM e será vendido em três opções de armazenamento: 128 GB, 256 GB e 512 GB. Não é um conjunto impressionante, principalmente para quem conhece o hardware do Mate 20 Pro e sabendo que o Kirin 980 é do ano passado, mas certamente se trata de um hardware que briga em pé de igualdade com os demais concorrentes do mercado.

Não tive qualquer problema no uso diário. É um processador poderoso que aguenta bem a multiarefa , incluindo, claro, a ajuda dos 8 GB de RAM, que são providenciais. É possível voltar a apps pesados abertos, depois de usar outros, sem problemas. Não houveram tropeços ou engasgos.

• Review do Huawei P30

Testei, claramente, com meu jogo preferido, PUBG, com a taxa de quadros alta, anti-alising e gráficos HDR. Ele roda bem e ajuda a ter uma batalha eficiente, mas não é o aparelho onde vi o jogo rodar de forma mais suave, provavelmente pelo fato de o PUBG não estar otimizado para os Kirin (enquanto está otimizado no Qualcomm que roda no Pixel 2, onde vi o jogo rodar mais perfeito até agora).

Durante o uso contínuo em jogo por mais de uma hora, ele esquentou, mas muito menos do que o esperado, nem perto de incomodar na mão. Ele conta com duto de calor melhorado e câmara de resfriamento a vapor dentro do aparelho, evitando que ele fique muito quente durante essas sessões intensivas.

O modelo que testei era o de 256 GB de armazenamento, mas há versões de 128 GB ou 512 GB. Além disso, é possível expandir a memória em até 256 GB com a nano memory, ou NM, um cartão exclusivo da Huawei que tem o mesmo formato de um cartão SIM. Ainda não há informações sobre sua venda no país. Ele é dual SIM híbrido.

Som debaixo da tela dá certo

Seguindo seus concorrentes, não temos uma conexão de áudio 3.5mm aqui, e os fones que vêm na caixa são USB-C, e há um adaptador junto a ele (embora não tenha vindo um na caixa do que veio para mim para testes). A qualidade deles é boa, e mesmo não sendo nada espetacular, servem muito bem para quem, como eu, só quer ouvir música em uma qualidade bacana. Eles são no estilo EarPods.

• Os smartphones Android com as melhores câmeras no momento

O P30 Pro vem com a tecnologia de som por vibração que usa a tela para emitir o áudio , logo, foi possível remover o alto-falante físico e otimizar os detalhes do display. Bem legal, né? Mas há um problema: essa função de áudio só aparece em ligações, onde funciona bem.

Para músicas, filmes e jogos, você fica com um smartphone mono, uma vez que só a saída de áudio abaixo do aparelho vai funcionar. Uma pena. Ao menos, esse áudio é bem alto para mídia, e até que traz um bom equilíbrio.

Uma câmera super versátil, com o melhor modo escuro

Faz tempo que a Huawei vem apostando em câmera, pelo menos desde o P9. Os smartphones da marca chinesa estão sendo criados para aproveitar o melhor da fotografia móvel. O P30 Pro vem com um conjunto de lentes formado por quatro câmeras e novidades no sensor, para brigar com os melhores do mercado:

• Sensor Super Spectrum de 40 MP com distância focal de 27 mm, abertura f1.6 e estabilização de imagem óptica;
• Câmera de 20 MP Ultrawide (acima de 120 graus FOV) com distância focal de 16 mm, abertura de f2.4;
• Câmera zoom de 8 MP (híbrido óptico de 10x + 10x) com distância focal de 125 mm, abertura f3.4 e OIS;
• Sensor Time of Flight (ToF) para informações de profundidade.

A Huawei buscou equilíbrio na hora de compor o conjunto de lentes do P30, buscando unir megapixels e utilidades que possam combinar entre si. O novo sensor Super Spectrum conta com o filtro Bayer, que aumenta a sensibilidade à luz e reajusta a ordem dos pixels, removendo os pixels verdes por amarelos.

O resultado disso são fotos, de acordo com eles, boas a partir de qualquer condição de luminosidade, sendo possível atingir ISO de 409.600. Apenas para efeito de comparação, a câmera Canon 5D Mark IV e o Huawei P20 Pro alcançam ISO máximo de 102.400. Outra câmera que pode ser usada para essa comparação é a Sony Alpha A7S Mark II, que atinge valores semelhantes ao do P30 Pro graças ao seu sensor full-frame.

Outra novidade do P30 Pro é o novo Super Spectrum Sensor (a lente secundária, ultrawide de 20 MP, foi herdada do Mate 20 Pro). Graças a um ângulo de visão de mais de 120 graus, imagens panorâmicas podem ser capturadas com bastante facilidade e qualidade. Essa câmera também pode ser usada para tirar fotos em macro com o objeto apenas 2,5 cm à frente da lente. O sensor Time of Flight (ToP), por sua vez, permite tirar belas fotos com efeitos de profundidade de campo, o famoso modo retrato.

A Huawei também precisou colocar as lentes em uma sequência diferente, ou seja, elas não estão dispostas em uma linha única. Essa mudança foi necessária devido ao volume de lentes que são necessárias para formar o sensor de zoom óptico, que tornaria o módulo da câmera ainda mais proeminente se estivesse colocado em sequência das demais. Essa posição também é estratégica no sentido de gerar um prisma melhor entre as lentes, fazendo com que a luz que reflete no P30 Pro possa ser desviada em até 90 graus para otimizar os demais sensores.

O zoom do P30 Pro é outro show à parte, com zoom ótico 5x, zoom híbrido de até 10x e até zoom digital de 50x. Esse sensor vem ainda com estabilização óptica para remover borrões, distorções e tremores típicos desse tipo de recurso. Você pode conferir nas imagens abaixo como ele funciona.

E no que mais isso se traduz? Bem, um dos destaques no lançamento do aparelho estava nas imagens em baixa luz. O pós processamento, o novo sensor e o filtro modificado fazem o que estão chamando de "bruxaria", uma vez que as fotos em locais prejudicados em matéria de iluminação ganham formas que nossos olhos não são capazes de enxergar, na mesma situação.

Comparando com o Pixel 3, o P30 Pro captura sim muito mais luz, e locais escuros ganham luz de onde você nem achava que poderia sair. Porém, há três observações aqui. Primeiro, isso vem ao custo de sete segundos de foto (contra 5 do Pixel 3) onde você precisa ficar o mais imóvel que conseguir para a captura.

Em segundo lugar, mais luz não necessariamente significa que você terá efetivamente uma boa foto. Se você forçar a barra e tirar fotos em locais quase escuros, conseguirá ver algo, mas a maior parte será um borrão cheio de ruído. Então, é preciso usar com sabedoria essa função, e em situações de luz razoável ele irá fazer um maravilhoso trabalho. Dá uma olhada no artigo abaixo: 

• O Huawei P30 Pro arruinou nosso teste cego de câmeras!

E como outras câmeras funcionam com o pixels verdes ao invés dos amarelos, ajustes teriam que ser feitos nas câmeras do P30 Pro, que possuem lentes Leica. Via software, e usando o processador e o sinal de imagens do hardware, o smartphone compensa a cor verde.

Para 90% das pessoas, isso não faz diferença, e as fotos são arrasadoras na maior parte do tempo. Mas se você tem o olhar treinado, ou se compara com outros topos de linha, verá que as fotos externas do P30 Pro caem mais para o amarelo, mesmo que sutilmente. Isso pode ser corrigido com atualizações do sistema, aguardemos.

Outras funções da câmera são muito legais, como o modo Super macro que funciona a partir de 2,5 centímetros do objeto, um modo Abertura onde você escolhe o quão borrado o fundo vai ficar (e que funciona com pessoas, animais e objetos), um modo documento que já ajeita papeis e apresentações projetadas da maneira certa e outros modos ótimos.

A câmera frontal tem nada modestos 32 megapixels, e é wide, com suporte a HDR e abertura 2.0. É bem interessante e fez boas selfies, com a grande angular ajudando bastante quando a tarefa incluía mais pessoas na captura. Porém, achei que a acuidade poderia ser melhor.

Quanto à captura de vídeo, considerei também uma câmera, não estando entretanto nas melhores do ramo. O foco é rápido e ela tem o modo Abertura no vídeo, gravando em tempo real um objeto ou ser vivo à frente, com fundo desfocado. Filtros também podem ser aplicados.

• Galeria de fotos feitas com o Huawei P30 Pro, sem edição

No resumo, é uma câmera extremamente versátil, talvez a mais versátil do mercado. Tem alguns tropeços, mas quem busca fotos excepcionais não se decepcionará.

A IA e o modo Lua

A câmera conta com IA, e identifica cães, gatos, comida e outras cenas, ajustando o melhor para cada foto. O mais impressionante é o modo Lua. Aproveitei um dia em que a lua estava cheia e muito brilhante, dei o zoom de 50x e fiz a foto que vocês vêem abaixo. É de cair o queixo, porque nenhum outro smartphone entrega esse resultado.

Recentemente, uma polêmica envolveu esse modo, e uma pessoa alega que a Huawei, na hora da foto, planta informações na lua para deixá-la melhor. Na minha opinião, se trata de um modo IA então, assim como em outros modos, até de outras marcas, são modificadas algumas coisas para que a foto saia melhor.

Além disso, eu fiz um teste. Recortei um papel em formato de um pequeno círculo e colei no meio de um monitor com a tela fosca, desligado. Fui de longe, fiz o zoom e apontei. Como era uma bolinha branca no meio do preto, ele ativou o modo Lua, e eu cliquei. Cliquei também uma sem o modo, e o que posso dizer é que o modo Lua escurece bem o céu atrás da "lua" e a deixa alguma coisa mais amarelada. Portanto, não vi nada de errado.

Bateria ótima para um topo de linha

A Huawei também foi cuidadosa com a capacidade da bateria e as tecnologias de carregamento do P30. Isso porque o aparelho vem com um carregador de 40W na caixa com tecnologia SuperCharge, carregamento sem fio e carregamento sem fio reverso de 15W, sendo possível carregar acessórios na traseira do P30 Pro, como visto no Galaxy S10.

• Como prolongar o tempo de bateria do seu smartphone

São 4.200 mAh, que tiveram uma boa duração. Antes, em nosso teste de recarregamento, fiquei impressionada em como esse número até que grande chegou a 100% em apenas uma hora . No cronômetro, ele tinha recarregado um quarto da bateria em apenas 10 minutos, e chegou a 50% em 20 minutos. O carregador é enorme, mas vale a pena.

A duração foi bem satisfatória. Jogando diversas partidas de PUBG em três dias, consegui 12 horas de aparelho, ou seja, no uso pesado. No teste do PCMark, foram 14 horas de 27 minutos em brilho médio. Em um uso normal, com uma hora de jogo pesado, alguns vídeos no YouTube e o uso de email, mensageiros e Instagram levam a quase dois dias longe da tomada, algo por volta de 21 horas.

Huawei P30 Pro – Especificações Técnicas