Xiaomi anuncia auditoria para investigar acusação de censura em seus celulares

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© Xiaomi

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Após as graves acusações feitas por uma agência de cibersegurança da Lituânia na semana passada, a Xiaomi divulgou um comunicado na segunda-feira (27) em que nega os pontos levantados no relatório e que contratou uma auditoria independente para investigar as alegações do Centro Nacional de Ciber Segurança lituano (NCSC, na sigla em inglês),


Resumo:

  • Xiaomi questiona as alegações do relatório lituano e afirma que contratou uma auditoria independente;
  • Empresa foi acusada por agência da Lituânia de incluir ferramenta que poderia censurar conteúdos;
  • Fabricante declara que segue as determinações da lei europeia de proteção de dados (GDPR).

O relatório de cibersegurança da NCSC avaliou aparelhos 5G de três fabricantes chinesas — Xiaomi, Huawei e OnePlus — e afirma que o aparelho Xiaomi Mi 10T 5G inclui um filtro de palavras que poderia ser utilizado para censura em aplicativos, contendo termos ligados a grupos políticos e sociais.

O próprio relatório da NCSC, porém, deixa claro que o filtro não está ativado nos modelos vendidos na Europa. A resposta da Xiaomi por sua vez, não nega a presença da lista de palavras — que segundo a agência lituana é distribuída em um arquivo com o nome de "MiAdBlacklistConfig". Mas a fabricante explica que usa um sistema de gerenciamento de termos que "pode ser usado para proteger os usuários de conteúdo impróprio, como pornografia, violência, discurso de ódio e referências que podem ser ofensivas para os usuários locais".

A Xiaomi informou no comunicado à imprensa que procura uma perícia independente para desmentir os pontos levantados pela NCSC, mas não informou para quando espera a divulgação da análise. Além disso, a fabricante enfatizou que respeita as normas de tratamento de dados pessoais na Europa — reunidas na lei geral de proteção de dados (GDPR, ou RGPD em português, equivalente à LGPD brasileira).

Íntegra do comunicado divulgado pela Xiaomi

(tradução automática)

A Xiaomi ("nós") está ciente do relatório "Cybersecurity assessment of 5G-enabled mobile devices" ("o relatório") publicado recentemente pela Autoridade de Segurança e Informação da Lituânia (NCSC).
 
Levamos a sério as alegações feitas no relatório. Embora questionamos a caracterização de alguns resultados, procuramos um perito independente para avaliar os pontos levantados no relatório. Acreditamos na integridade de nossos produtos e nas práticas de conformidade de nossa empresa na Lituânia e em toda a Europa, e acreditamos que um terceiro confirmará isso para nossos usuários e parceiros.
 
Em particular, a Xiaomi gostaria de abordar dois pontos importantes no relatório:
 
1. Suposta censura Os produtos da Xiaomi não restringem ou filtram as comunicações de ou para seus usuários. A Xiaomi nunca restringiu ou bloqueará quaisquer atividades pessoais de seus usuários de smartphones, como: B. Pesquisar, ligar, navegar na Internet ou usar software de comunicação de terceiros. O relatório do NCSC não afirma que sim.
 
O relatório aponta que a Xiaomi usa software de gerenciamento de publicidade com capacidade limitada de gerenciar publicidade paga e push enviada para dispositivos por meio de aplicativos da Xiaomi, como Mi Video e Mi Browser.
 
Isso pode ser usado para proteger os usuários de conteúdo impróprio, como pornografia, violência, discurso de ódio e referências que podem ser ofensivas para os usuários locais. Esta prática é comum nas indústrias de smartphones e internet em todo o mundo.¹
 
Revisamos nossas diretrizes do sistema de gerenciamento de publicidade de tempos em tempos para garantir que atendam às necessidades e expectativas de nossos usuários.
   
A Xiaomi está comprometida em agir com responsabilidade e transparência em todos os países. Estamos comprometidos com a melhoria e inovação contínuas e acolhemos intercâmbios com usuários, reguladores e outras partes interessadas.
 
2. Processamento de dados e transmissão de dados
O relatório também sugere falsamente [um procedimento de] processamento de dados inadequado. Na verdade, a Xiaomi cumpre todos os requisitos do Regulamento Geral de Proteção de Dados [GDPR], incluindo o uso, processamento e transmissão de dados do usuário final. Nossa conformidade se aplica a todos os sistemas, aplicativos e serviços. Qualquer uso de dados pessoais requer o consentimento válido do usuário final e é sempre realizado de acordo com as leis e regulamentos locais ou regionais da União Europeia e seus estados membros.
 
A Xiaomi trabalha de acordo com os padrões de gerenciamento de segurança de informações ISO / IEC 27001 e o sistema de gerenciamento de informações de privacidade ISO / IEC 27701. A Xiaomi também recebeu a Certificação de Privacidade Corporativa da TrustArc todos os anos desde 2016. Isso garante a melhor proteção possível de privacidade e segurança para o usuário final.
 
A Xiaomi gostaria de enfatizar mais uma vez que estamos comprometidos com a privacidade e segurança de nossos usuários. Trabalhamos de acordo com os mais altos padrões e cumprimos todos os regulamentos locais e regionais.

¹ consulte o Artigo 13: Conteúdo controverso das políticas de anúncios do Facebook, disponível em https://www.facebook.com/policies/ads/; Cláusula de conteúdo político das políticas do Google Ads, disponível em https://support.google.com/adspolicy/answer/6008942

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Rubens Eishima

Rubens Eishima
Redator

Jornalista com 15 anos de experiência no segmento de tecnologia, com passagens por portais como UOL e Softonic.

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1 comentário
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    Jairo rios 27/09/2021 Link para o comentário

    Talvez nunca saberemos a verdade , mas vamos aguardar